Oi gente, tudo bem?
            Eu estou ótima. Esta semana está sendo bastante agitada, afinal tive a última prova de Inglês hoje, e terei uma apresentação oral de OGE e uma prova de espanhol, ambos na quinta-feira.
            A minha apresentação de OGE é sobre a organização pedagógica da escola da Ponte e, devido a isso e também por interesse pessoal, eu e o Angelo visitamo-la na sexta-feira passada, dia 19 de Maio. Por isso, hoje gostaria de compartilhar convosco como foi a minha visita à Escola da Ponte.
            Pra quem não sabe, a Escola básica da Ponte é uma escola pública criada em 1976 que se situa atualmente em São Tomé de Negrelos, Santo Tirso, Portugal. Esta escola abriga alunos dos 1º, 2º e 3º ciclos, o que para nós no Brasil corresponde ao ensino fundamental 1 e 2.
            Ela possui uma ideologia e cultura próprias porque difere, na sua estrutura e pedagogia, da escola tradicional. Lá, não há aulas como as conhecemos e também as carteiras dos alunos não estão dispostas para o professor. Os alunos e os professores trabalham em equipe.
            Uma diferença significativa é a ausência de turmas separadas, ou seja, a escola não está dividida em turmas de 1º, 2º ou 3º anos, mas sim em núcleos, a saber, núcleo de iniciação, de consolidação e o de aprofundamento. O núcleo de iniciação corresponde mais ou menos ao 1º ciclo português, ou o nosso 1º, 2º e 3º ano do fundamental. O núcleo de consolidação corresponde ao 2º ciclo, nosso 4º, 5º e 6º ano, enquanto o de aprofundamento é o 3º ciclo, ou o 7º, 8º e 9º ano. Com isso, podemos perceber que a escola não dispõe de ensino secundário (ensino médio).
            Os alunos que estudam em cada núcleo estão em uma única sala, ou seja, os alunos do núcleo de iniciação estão em um mesmo espaço físico. Essa interação com crianças de diferentes idades também representa uma mudança da ideologia tradicional, visto que geralmente as turmas são organizadas sempre com pessoas da mesma idade.
            Como eu já mencionei, o espaço físico da escola é diferenciado devido à divisão dos alunos por núcleos. Mas, pensando no ensino e aprendizagem dos alunos, tenhamos em mente que eles não têm aulas como nós costumamos ter. Eles possuem planos quinzenais de conteúdos que, ao final da quinzena, devem ter conhecimento. No final deste período, os objetivos que os alunos não concluíram são incorporados à nova ficha quinzenal. E a partir daí, iniciam novamente seu estudo com seus respectivos grupos. E é claro, há sempre pelo menos dois professores na sala enquanto os alunos estão a trabalhar naqueles conteúdos, para poder sanar as possíveis dúvidas e orientar no que for necessário.
            Agora, você deve estar se perguntando: será que eu entendi direito? mas como assim? os alunos aprendem sozinhos? Sim, você não está enganado, é isso mesmo, os alunos são estimulados a pesquisar e ter autonomia desde sempre. Mas, você também deve estar se perguntando: mas e se eles não entenderem algum tópico? e se ficarem com dúvidas e não conseguirem prosseguir? Bom, aí lá na escola existem vários mecanismos que podem auxiliar nestes casos, por exemplo, a lista “posso ajudar” e a “preciso de ajuda”, que são onde os alunos se inscrevem, ou para receber ajuda de outro aluno, ou oferecendo-se  para ajudar em algum tópico que tenha muito domínio. Caso a dúvida ainda persista, os alunos pedem ajuda a um professor(a) que vai tirar um tempo para dar uma aula sobre o assunto.
            Já deu pra perceber que o trabalho em equipe é totalmente estimulado, né? Esta ideologia de aprendizagem (eu até diria de vida) permeia todos os campos da escola, da assembleia até às responsabilidades que cada um possui.
            Conhecer a escola da Ponte foi um marco na minha formação como professora porque, até então, eu só tinha conhecimentos de práticas pedagógicas alternativas na teoria. E, visitá-la foi como ver tudo o que eu li e estudei de alternativo sendo colocado em prática, e o melhor: em uma escola pública que funciona assim há 40 anos! Foi incrível, saí de lá com a esperança e a motivação renovadas.
            Espero que o texto tenha contribuído de alguma forma para vocês conhecerem esta escola um pouquinho e também para fazer-vos pensar um pouco sobre nossas práticas de ensino. Até a próxima!
Abraços,
Júlia


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